Você realmente tem água suficiente para irrigar pemanentemente?

Um estu­do recente do grupo de gestão de água de irri­gação na Uni­ver­si­dade de Arkansas avaliou cer­ca de 66 bom­bas de irri­gação para a per­for­mance. Alguns dos testes incluiu a avali­ação no local (pon­tos-teste), mas cer­ca de metade das bom­bas tin­ha três anos de dados da bom­ba de mon­i­tora­men­to, dados horários de fluxo, pressão e uso de energia.

Um mon­i­tor de bom­ba é um dis­pos­i­ti­vo que recol­he vazão, pressão, uso de ener­gia em tem­po real e os trans­mite por conexão de dados do celu­lar para um servi­dor cen­tral. Os dados estão disponíveis na inter­net e Smart­phone e pode ser con­tro­la­do remo­ta­mente através de um nave­g­ador web.

A par­tir dos dados do medi­dor de fluxo de lon­ga tem­po­ra­da desco­b­ri­mos que as bom­bas, em média, per­dem cer­ca de 20 por cen­to da sua capaci­dade durante a época de irrigação.

Enten­der como uma capaci­dade de sis­temas de irri­gação muda ao lon­go da tem­po­ra­da é uma métri­ca muito útil.

Hoje no Brasil esta­mos irri­g­an­do ape­nas uma sex­ta parte do nos­so poten­cial, mas depois da seca que tive­mos, o empresário rur­al (pro­du­tor rur­al) antes de faz­er inves­ti­men­tos em agri­cul­tura irri­ga­da, por exem­p­lo: mudas, cor­reções de solos, plan­tios e demais itens den­tro da agri­cul­tura, pre­cisa avaliar se terá água para perío­dos de seca, veja os tipos:

  • Seca per­ma­nente: É car­ac­ter­i­za­da pelo cli­ma desér­ti­co, onde a veg­e­tação se adap­tou às condições de aridez, inex­istin­do cur­sos de água. Estes só apare­cem depois das chu­vas que nor­mal­mente são fortís­si­mas tem­pes­tades. Este tipo de seca impos­si­bili­ta a agri­cul­tura sem irri­gação permanente.
  • Seca sazon­al: A seca sazon­al é uma par­tic­u­lar­i­dade de regiões onde o cli­ma é semi­ári­do. Nes­tas a veg­e­tação repro­duz-se porque os veg­e­tais adap­ta­dos ger­am sementes e mor­rem em segui­da, ou man­têm a vida em esta­do latente durante a seca. Nes­tas regiões os rios só sobre­vivem se a sua água for ori­un­da de out­ras regiões onde o cli­ma é úmi­do. Mas Este tipo de seca pos­si­bili­ta a plan­tação em perío­dos de chu­vas, ou por irrigação.
  • Seca irreg­u­lar e var­iáv­el: A seca irreg­u­lar pode ocor­rer em qual­quer região onde o cli­ma seja úmi­do ou sub-úmi­do e é car­ac­ter­i­za­do por apre­sen­tar uma vari­abil­i­dade climáti­ca do pon­to de vista estatís­ti­co. Estas, são secas cujo perío­do de retorno é breve e incer­to. Nor­mal­mente são lim­i­tadas em áreas, e não em grandes regiões, não ocor­rem numa estação defini­da e a sua ocor­rên­cia é impre­visív­el, isto é, não há um ciclo bem definido. Tra­ta-se de um fenô­meno estatís­ti­co (ou estocás­ti­co), cuja estru­tu­ra de even­tos pode ser descri­ta por uma teo­ria mais ger­al que o cál­cu­lo de médias e desvios, por exem­p­lo pela teo­ria da Cadeia de Markov, apli­can­do ordem supe­ri­or e um grupo de quan­tis: extrema­mente seco, muito seco, seco, nor­mal, úmi­do, muito úmi­do, extrema­mente úmi­do, sep­a­ran­do class­es de mes­ma prob­a­bil­i­dade de ocor­rên­cia. Acred­i­ta-se que a estação de verão favoreça as secas pois existe um grande aumen­to da evap­o­tran­spi­ração dev­i­do ao incre­men­to da irradiân­cia solar inci­dente, sobre­tu­do quan­do as taxas de pre­cip­i­tação estão abaixo do quan­til seco ou muito seco. Assim, várias var­iáveis mete­o­rológ­i­cas devem ser con­sid­er­adas na definição da ocor­rên­cia das secas, não somente a taxa de pre­cip­i­tação, mas tam­bém a tem­per­atu­ra, a umi­dade do solo, o grau de verde­ja­men­to da veg­e­tação, a radi­ação solar inci­dente etc. A Região Nordeste do Brasil apre­sen­ta vari­abil­i­dade climática.
  • Seca “invisív­el”: De todos, este tipo de seca é o pior, pois a pre­cip­i­tação não é inter­romp­i­da, porém, o índice de evap­o­tran­spi­ração é maior que o índice plu­viométri­co, cau­san­do um dese­qui­líbrio da umi­dade region­al. Este dese­qui­líbrio gera uma redução da umi­dade do ar que por sua vez aumen­ta o índice de evap­o­tran­spi­ração, que resul­ta na per­da de umi­dade sub­ter­rânea para a atmos­fera, que devolve esta em for­ma de chu­va, porém não é sufi­ciente para aumen­tar a umi­dade do solo.

Estar ou ten­tar estar prepara­do para difer­entes tipos de seca, nos aju­da a con­hecer mel­hor, na hora de faz­er inves­ti­men­tos que não são baixos em Irrigação.

Pre­cisamos ter Téc­ni­cos e Engen­heiros capac­i­ta­dos para olhar 360º para todos os pon­tos de uma via­bil­i­dade para um pro­je­to de Irrigação.

PRODUTOR RURAL OU EMPRESÁRIO RURAL, antes de inve­stir seu din­heiro, estude qual fornece­dor de equipa­men­tos para irri­gação, se é idô­neo? Se pre­ocu­pa com a Jusante e Vazante da sua água disponível?

Até mes­mo com poços arte­sianos, o nordeste depois de 04 anos de inten­sa seca, muitos não sobre­viver­am. Quan­tas cen­te­nas de mil­hões investi­dos? Qual o plane­ja­men­to con­tra seca, caso isso viesse acontecer.

Se a capaci­dade é insu­fi­ciente, pode ser hora de rene­go­ciar o taman­ho da área plan­ta­da de modo que o pro­du­tor não é deix­a­do com um nív­el ina­ceitáv­el de risco de escassez de água. Em algu­mas situ­ações, a água pode ser já lim­i­ta­do de lev­an­ta­men­tos de aquífer­os, e uma mudança na práti­ca da irri­gação de total­mente irri­ga­da para irri­gação com déficit pode ser necessária.

Ou seja, depois de escr­ev­er esse tex­to, me leva a reflexão que é mel­hor sem­pre ter mais água acu­mu­la­da ou pon­tos de cap­tação de escape, para que nos­sa cul­tura implan­ta­da con­si­ga sobre­viv­er por mais tem­po pos­sív­el, sem maiores danos, caso ocor­ra que seja o menor possível.

Rogério Sousa

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