- Cultura
Não se faz projetos, sem antes saber o que se vai irrigar, pois todas as culturas têm coeficientes de aplicações diferentes, de acordo com o tempo fenológico da planta, assim identifique a cultura, calcule o KC (que é uma espécie de coeficiente de redução de necessidade hídrica da planta). Uma observação é que ao dividir as parcelas ou setores, nunca colocar culturas de idades diferentes no mesmo setor, pois uma delas terá mais água do que realmente precisa.
- Espaçamento
Ao colocar o espaçamento, verifique se há mais de uma cultura implantada ou se há mais de um espaçamento dentro do mesmo projeto, pois o cálculo de aplicação é muitas vezes feito pelo PAM (Porcentagem de Área Molhada), ou seja se tenho emissores mais próximos, logo tenho uma taxa de aplicação diferente.
- Eficiência de Aplicação
Conforme falamos no final do texto que diz respeito sobre Lâminas, cada equipamento tem uma eficiência, por exemplo um sistema de aspersão pode variar de acordo com as recomendações de aplicação de um equipamento entre 85 à 92%, isso depende muito se o projetista está obedecendo o que foi recomendado pelo fabricante ou feitos testes de campo pelo projetista. Um sistema de Gotejamento por exemplo pode alcançar uma eficiência superior a 95%, ouse seja, a cada 1 litro de água enviado e distribuído nesse sistema pode ser entregue acima de 950 ml de água para planta, quanto maior a eficiência de entrega pelo emissor, melhor será seu projeto.
- Modelo do Emissor
Nessa hora, não optem apenas pela marca, para cada situação existem produtos que se adequam melhor a cultura. Observe sempre uma relação de economia x eficiência e escolham bem qual o Emissor, como projetistas temos que ser firmes com a escolha desse item no projeto, pois as vezes o produtor gosta de indicar o que ele quer, por ter visto no ‘’ vizinho dele’’ ‚temos que manter a posição e como sempre digo, não podemos nos vender, ou seja, cair na tentação de sempre fazer o que o cliente quer, pelo fato da necessidade do dinheiro. Verifique a vazão nominal do aspersor, fique de olho na taxa de aplicação em mm/h, pois dependendo do tipo de solo que tenho preciso de taxas de aplicação menores ou maiores.
- Faixa de pressão dos Emissores
Recomendamos escolher as pressões medianas, onde não há nem o excesso e nem a falta do mesmo. Em caso de plantio fora de nível é importante observar e somar ou subtrair a pressão na linha, para saber se não vamos sair fora de faixa de preço.
- Tempo de operação Diária
Aqui mais uma vez, é preciso saber que tipo de projeto estamos fazendo e quem está comprando. As companhias elétricas dão desconto para que usam a energia para irrigação entre os horários de 21h00 até 6h00 da manhã, economia de até 90% por kw. Porém se fizer um projeto manual, quem irá ficar trabalhando nesse horário para trocar as parcelas?
O critério usado para definir esse tempo depende sempre de algumas perguntas básicas como:
- Disponibilidade de água total para atender a lâmina de irrigação recomendada a cultura?
- Há desconto ofertado pela companhia energética para irrigar dentro da tarifa noturna?
- Quando não há ofertar dessa água disponível para atender essa lâmina somente durante o período noturno dessa cultura, é viável irrigar parte desse turno de rega durante o dia?
- Quando há oferta dessa água e tarifa noturna oferecida, tenho potência do transformador suficiente para atender a potência da motobomba?
- Quanto tenho solos muito arenoso, é muito normal ter que aumentar a frequência de irrigação, pois não há uma retenção dessa água em solo, o que nos leva normalmente irrigar com pequenos tempos entre anoite e dia.
Encerrando esse tema, veja o quão é importante levantar dados antes mesmo de começar a desenhar e projetar nosso projeto de irrigação.
Rogério Sousa
Especialista em Irrigação
Envia sua dúvida para: (27) 99604–0970
Skype: rogerio111